O Museu das Civilizações Negras: políticas da memória africana. The museum of black civilizations: politics of African memory 

12/01/2021

DEBATE #5 internacional online

O MUSEU DAS CIVILIZAÇÕES NEGRAS: políticas da memória africana (em francês c/ tradução em português)
The museum of black civilizations: politics of African memory

Hamady Bocoum (Director Museu das Cilizações Negras de Dakar)
Felwine Sarr (Economista, músico e teórico, Senegal/França)
Benedicte Savoy (Historiadora de Arte, França)

Moderação: Dércio Tsandzana (pesquisador Science Po, Paris)

Em 1988, o grande escritor moçambicano Luís Bernardo Honwana escreveu o texto "A nossa cultura é só a sua metade"; nesse texto, Honwana experimenta o paradoxo de aplicar à cultura nacional os instrumentos e conceitos deixados pelo Ocidente. Hoje, nos argumentos daqueles que defendem a restituição do património cultural, é também recorrente evocar-se a imagem da cultura africana como uma corrente de processos incompletos ou interrompidos. Naquele que é o último encontro deste ciclo de 5 debates sobre Restituição, vamos assumir que é já oportuno falar sobre um futuro onde o pensamento e a cultura africanos encontram um novo contexto de "reparação". Os oradores deste debate irão partilhar com a audiência uma experiência de trabalho em comum em torno da preparação desse futuro, quais são os seus desafios, e qual o seu impacto para a história das políticas da memória Africana.

In 1988, the great Mozambican writer Luís Bernardo Honwana wrote the text "Our culture is only its half"; in this text, Honwana experiences the paradox of applying to national culture the instruments and concepts left by the West. Today, in the arguments of those who defend the restitution of cultural heritage, the image of African culture as a chain of incomplete or interrupted processes is also recurrently evoked. In what is the last meeting of this cycle of 5 debates on Restitution, we will assume that it is already opportune to talk about a future where African thought and culture find a new context of "reparation". The speakers of this debate will share with the audience a common working experience around the preparation of that future, what are its challenges, and what is its impact for the history of African memory policies.


BIOS


Felwine Sarr é um escritor e académico senegales. É Anne-Marie Bryan, Professor Distinguido em Estudos Românicos na Duke University na Carolina do Norte, depois de ter leccionado na Université Gaston Berger de Saint-Louis no Senegal, onde é Professor de Economia. O seu trabalho académico centra-se na ecologia do conhecimento, filosofia africana contemporânea, política económica, epistemologia, antropologia económica e história das ideias religiosas.
Publicou até à data, Dahij (Gallimard 2009), 105 Rue Carnot (Mémoire d'Encrier 2011), Méditations Africaines (Mémoire d'Encrier 2012) Afrotopia (Philippe Rey 2016), Ishindenshin (Mémoire d'Encrier 2017), Habiter le Monde (Mémoire d'Encrier 2017), Ecrire l'Afrique-monde (obra colectiva co-editada com Achille Mbembé, Philippe Rey 2017), Restituer le patrimoine Africain (Philippe Rey/Seuil) com Benedicte Savoy e Politique des Temps (co-editado com Achille Mbembé, Philippe Rey 2019), La Saveur des derniers mètres (Philippe Rey 2021), Traces (Actes Sud, 2021) e l'Économie à venir (Les liens qui Libèrent, 2021) com Gaël Giraud.


Bénédicte Savoy, antiga aluna da École Normale Supérieure (Fontenay/Saint-Cloud), é professora de História da Arte na Universidade Técnica de Berlim desde 2009, onde lecciona uma cadeira dedicada a "História da Arte como História Cultural" (Kunstgeschichte als Kulturgeschichte).

É autora de numerosos livros, incluindo o Patrimoine annexé. Les biens culturels saisis par la France en Allemagne autour de 1800 (Éditions de la Maison des Sciences de l'Homme, 2003), Nofretete. Eine deutsch-französische Affäre. Em 2018, publicou com Felwine Sarr Restituer le patrimoine africain (Le Seuil/Philippe Rey, 2018). Bénédicte Savoy é membro da Academia das Ciências de Berlim.

Em 2016, ganhou o Prémio Gottfried Wilhelm Leibniz da Deutsche Forschungsgemeinschaft. Recentemente foi publicado em alemão o seu livro Afrikas Kampf um seine Kunst. Geschichte einer postkolonialen Niederlage.

O Professor Hamady Bocoum é arqueólogo de formação, antigo director da IFAN Ch. A Diop e autor de vários artigos e livros científicos. Foi Director do Património Cultural no Senegal de 2001 a 2015 e trabalhou como perito no Comité do Património Mundial da UNESCO, de 2012 a 2015, e no Fundo do Património Mundial para África (2010-2014).

Preparou os dossiers de nomeação do Património Mundial para três paisagens culturais: os Megalitas de Senegambia, o Delta de Saloum e o País de Bassari. É Director de investigação, investigador associado do CNRS e foi membro da Comissão de Escavações do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês (França).

Durante mais de trinta anos, liderou importantes programas arqueológicos que permitiram a formação de jovens arqueólogos em África e construíram relações entre universidades africanas, americanas e europeias. Actualmente, é Director-Geral do Museu das Civilizações Negras.

Dércio Tsandzana licenciou-se em Administração Pública pela Universidade Eduardo Mondlane. É Mestre e candidato a Doutor em Ciência Política pelo Instituto de Estudos Políticos (Sciences Po Bordeaux, França). É igualmente membro da 'Aliança para a Internet Acessível' da World Wide Web Foundation, e articulista ocasional em organizações que promovem a participação cívica dos cidadãos por intermédio das tecnologias de informação e comunicação.

Possui larga experiência em gestão de media sociais em organizações juvenis e grupos cívicos em Moçambique. A sua pesquisa centra-se em estudos juvenis, participação política e redes sociais da Internet em África, com particular interesse para Moçambique.




Felwine Sarr is a Senegalese writer and academic. He is Anne-Marie Bryan Distinguished Professor of Romance Studies at Duke University in North Carolina after having taught at the Université Gaston Berger de Saint-Louis in Senegal where he is Professor of Economics. His academic work focuses on the ecology of knowledge, contemporary African philosophy, economic policy, epistemology, economic anthropology and the history of religious ideas.
He has published to date, Dahij (Gallimard 2009), 105 Rue Carnot (Mémoire d'Encrier 2011), Méditations Africaines (Mémoire d'Encrier 2012) Afrotopia (Philippe Rey 2016), Ishindenshin (Mémoire d'Encrier 2017), Habiter le Monde (Mémoire d'Encrier 2017), Ecrire l'Afrique-monde (collective work co-edited with Achille Mbembé, Philippe Rey 2017), Restituer le patrimoine Africain (Philippe Rey/Seuil) with Benedicte Savoy and Politique des Temps (co-edited with Achille Mbembé, Philippe Rey 2019), La Saveur des derniers mètres (Philippe Rey 2021), Traces (Actes Sud, 2021) and l'Économie à venir (Les liens qui Libèrent, 2021) with Gaël Giraud.


Bénédicte Savoy, a former student of the École Normale Supérieure (Fontenay/Saint-Cloud), has been Professor of Art History at the Technical University of Berlin since 2009, where she teaches a chair devoted to "Art History as Cultural History" (Kunstgeschichte als Kulturgeschichte).
She is the author of numerous books, including Patrimoine annexé. Les biens culturels saisis par la France en Allemagne autour de 1800 (Éditions de la Maison des Sciences de l'Homme, 2003), Nofretete. Eine deutsch-französische Affäre. In 2018, he published with Felwine Sarr Restituer le patrimoine africain (Le Seuil/Philippe Rey, 2018). Bénédicte Savoy is a member of the Berlin Academy of Sciences.
In 2016, she won the Gottfried Wilhelm Leibniz Prize of the Deutsche Forschungsgemeinschaft. His book Afrikas Kampf um seine Kunst. Geschichte einer postkolonialen Niederlage
.

Professor Hamady Bocoum is an archaeologist by training, former Director of IFAN Ch. A Diop and author of several scientific articles and books. He was Director of Cultural Heritage in Senegal from 2001 to 2015 and worked as an expert at the UNESCO World Heritage Committee from 2012 to 2015 and at the World Heritage Fund for Africa (2010-2014).
He prepared the World Heritage nomination dossiers for three cultural landscapes: the Megaliths of Senegambia, the Saloum Delta and the Bassari Country. He is Director of Research, Associate Researcher at the CNRS and was a member of the Excavations Commission of the French Ministry of Foreign Affairs (France).
For over thirty years, he has led important archaeological programmes that have enabled the training of young archaeologists in Africa and built relationships between African, American and European universities. He is currently the Director General of the Museum of Black Civilizations.


Dércio Tsandzana graduated in Public Administration from the Eduardo Mondlane University. He holds a Masters and PhD candidate in Political Science from the Institute of Political Studies (Sciences Po Bordeaux, France). He is also a member of the World Wide Web Foundation's 'Alliance for Accessible Internet' and an occasional contributor to organisations that promote citizen participation through information and communication technologies.
He has extensive experience in social media management in youth organisations and civic groups in Mozambique. Her research focuses on youth studies, political participation and Internet social networks in Africa, with particular interest in Mozambique.


raise up! Mozambique © All rights reserved 2021
Powered by Webnode
Create your website for free! This website was made with Webnode. Create your own for free today! Get started